jeanlga
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♪ Nīš tuḫrim šērum išartum šalš... ♪ Óh, você já está ai ... Desculpe a cantoria ...
Sente-se por favor ao redor da fogueira, os pães já estão quase prontos. Você não deixaria um velho partir sem ao menos tomar um pouco de vinho e comer uns pães, certo?
... [Completo silêncio]
Ai ai ... Sua quietude me faz lembrar da época em que eu tinha tanta atenção e companheiros que a coisa que eu mais desejava era esse silêncio, o som desses grilos, das cigarras ...
Bom, você sabe o nome das pessoas que visita ao menos? Acredito que sim não é? Em todo caso, prazer, sou Aníbal Barca, fiel paladino das aldeias Púnicas, chefiadas pelo grand... é... sua cara de desinteresse diz tudo...
... [Silêncio]
Mas quer saber, eu mereço isso ... - Exclamou Aníbal com um sorriso no rosto e com olhos lacrimejando. Eu tive uma vida tão cheia de conquistas e grandes feitos que eu tenho o direito de contá-los e você pelo jeito vai ouvi-los atentamente.
Nasci na belíssima cidade mãe de Tiro, no continente 43 do Mundo 99. Uma cidade bela, rica e magnânima. Sou filho de uma camponesa com um nobre, então já fica claro que não conheço meu pai não é? Por que raios um nobre assumiria um filho com uma qualquer?
Com 5 anos de idade, quando minha cidade ainda era pequena, eu já saqueava aldeias de bárbaros todo santo dia. Me esgueirava entre as muralhas enquanto a cavalaria as atacava e já corria em busca de recursos para levar a minha mãe, a camponesa que te falei antes ... Ela morreu quando eu tinha apenas 6 anos e portanto fiquei morando sozinho, mas você não está aqui para ouvir histórias tristes, não é? - Questionou Aníbal com a boca cheia de pão e se embebedando cada vez mais com o vinho.
Com 15 anos eu fui convocado para fazer parte do exército do Imperador, fui chamado para a aldeia de Cartago, a maior delas. Treinei durante 3 longos anos. Eu não era alto, não era robusto, nem da mesma religião que eles ... é ... pela canção que eu cantava quando você chegou acho que você talvez possa tenha percebido isso. Enfim. Eu apanhava muito, era usado como saco de pancadas para treinamento. - Afirmou Aníbal, dando uma rouca gargalhada já afeta pela grande quantidade de vinho.
Aos 18 virei Lanceiro, ficava no front de batalha apenas aguardando as cavalarias virem! AHHHHH, você quer ouvir um segredo? Acerte os cavalos que já é meio caminho andado. Riu novamente Aníbal com a voz cada vez mais rouca e modificada pela bebida.
Não querendo me gabar eu era bem inteligente, logo passei a ser Cavaleiro e me converti a religião dos meus companheiros idiotas. No fundo no fundo eu nunca me converti, continuava acreditando nas crenças de minha mãe. A propósito, ai vai outro segredo: Você nunca vai conseguir mudar uma pessoa. Pode até achar que conseguiu, mas é uma mentira.
Eu participei da dominação de 3 aldeias antes de chegar aos 25: Babilônia, Ribe e Ur. Cidade magníficas, e com mulheres que você jamais deve ter visto iguais. Falando nisso, você já se apaixonou? Esse negócio ai funciona? HAHAHAHAHAHA - Gargalhou Aníbal.
Me refiro ao coração, seu indecente! Eu nunca me apaixonei ... Afinal, pra que? Minha mãe se apaixonou e deu no que deu. Eu provei os prazeres que tinha que provar e talvez até tenha deixado um filho por ai ... Não que eu acha isso certo, mas no fim, o que é certo ou errado não sou que decido não? Você sabe isso melhor do que eu.
Bom, mas continuando.
Aos 30 eu fui promovido a cavalaria pesada, e participei da maior das dominações das aldeias púnicas, a da aldeia de Sidon. Meu companheiro, aquilo foi uma matança sem nome, ou melhor, com nome. Ficou conhecido como "a Guerra sem fim", quer saber por que?
... [Silêncio]
Por que ela nunca acabava seu imbecil! HAHAHAHAHAH- Gargalhou Aníbal
Mas é verdade, ela durou quase 3 dias de batalha ININTERRUPTA! "Nossa Aníbal, como isso é possível", você deve estar se perguntando. Eu te respondo: Não é! Eu não dormi por 72 horas, não comi praticamente nada e vi cerca de 20.000 tropas morrerem. Acha que está bom? Entre eles espero eu um cara chamado de Boja.. Não, não vou te dizer o nome dele! É um traidor ... Jájá descubro se ele morreu ou não, não é? Simplesmente destruiu a tribo que fazíamos parte. Uma tribo que vou ser sincero, não era promissora, mas dava certa segurança, e além disso, para mim você pode ser membro de uma associação de catadores de estrume de gado, a partir do momento que você se compromete, você tem que cumprir ... Não é?
... [Silêncio]
Aníbal se levanta, pega sua harpa e começa a tocar uma música suave, numa melodia parecida com a que cantava quanto o visitante chegou.
Você não se importa não é? Indagou Aníbal.
... [Silêncio]
Isso me relaxa, me relaxou durante os próximos 10 anos depois da guerra...
Meu companheiro, eu consegui tantas coisas, me tornei famoso, virei herói de guerra e tudo. Só não consegui apagar as marcas de matança e traição que vi. Você pode ganhar as coisas sabe? Tudo. Ganhei mulheres, ganhei dinheiro, ganhei toda a comida que conseguia comer. Fui promovido a paladino da aldeia de Cartago aos 40 anos. Me juntei a tribos ainda mais fortes. Mas no final, tudo termina ... Um novo mundo começa não é? Pelo menos é o que eu acredito, se não, por que aqui se chama "Mundo 99", acho que haverá um "100", e quem sabe eu volte?
[Aníbal para de tocar.]
Dos 40 aos 60 eu vivi a mesma vida. Chata, sem novidades, com "supostos amigos" que não sei se posso confiar. Vivi da desconfiança. Eu vou te dar outra dica: Aprenda a ler as pessoas melhor do que você lê um livro ou um pergaminho. Talvez assim você não termine como eu.
[Aníbal se deita olhando para o céu estrelado daquela noite de primavera]
Sabe a música que você estava me ouvindo tocar? O nome dela é "Hino à Deusa da Lua, Nikkal". Minha mãe cantava para mim todos os dias antes de dormir. Eu nunca esqueci dela. Ela fala sobre uma Deusa que tem poder sobre as noites e a maré. É muito bonita. As vezes eu penso se Nikkal na verdade não é minha mãe, quem sabe né? "Aníbal, o semi Deus" HAHAHA.
De qualquer forma, no dia do meu aniversário de 61 anos eu saí de Cartago. Vim viver aqui na floresta, cercado por árvores. Essas sim eu confio, elas não te traem! A não ser que caiam na sua cabeça não é? HAHAHAHAHHAHAHAHA - Gargalhou Aníbal.
Enfim. Estou aqui, hoje, no dia do meu aniversário de 70 anos conversando com você, e eu te digo: Eu amo esse mundo, e com certeza desejaria viver em mais alguns se eles existirem. Coisas ruins acontecem, mas nada supera a emoção de conseguir algumas conquistas, de ajudar a construir uma Muralha, de ver sua aldeia mudando, seus inimigos perecendo e seus aliados lhe ajudando. Eu vivi e vivi bem dentro do possível. Tudo uma hora acaba.
- Chegou a hora. - Afirmou o visitante, dizendo assim suas primeiras palavras.
Quem diria, então você fala ...
Em um único gesto da foice que trazia visitante, Aníbal some rumo ao vazio.
Sente-se por favor ao redor da fogueira, os pães já estão quase prontos. Você não deixaria um velho partir sem ao menos tomar um pouco de vinho e comer uns pães, certo?
... [Completo silêncio]
Ai ai ... Sua quietude me faz lembrar da época em que eu tinha tanta atenção e companheiros que a coisa que eu mais desejava era esse silêncio, o som desses grilos, das cigarras ...
Bom, você sabe o nome das pessoas que visita ao menos? Acredito que sim não é? Em todo caso, prazer, sou Aníbal Barca, fiel paladino das aldeias Púnicas, chefiadas pelo grand... é... sua cara de desinteresse diz tudo...
... [Silêncio]
Mas quer saber, eu mereço isso ... - Exclamou Aníbal com um sorriso no rosto e com olhos lacrimejando. Eu tive uma vida tão cheia de conquistas e grandes feitos que eu tenho o direito de contá-los e você pelo jeito vai ouvi-los atentamente.
Nasci na belíssima cidade mãe de Tiro, no continente 43 do Mundo 99. Uma cidade bela, rica e magnânima. Sou filho de uma camponesa com um nobre, então já fica claro que não conheço meu pai não é? Por que raios um nobre assumiria um filho com uma qualquer?
Com 5 anos de idade, quando minha cidade ainda era pequena, eu já saqueava aldeias de bárbaros todo santo dia. Me esgueirava entre as muralhas enquanto a cavalaria as atacava e já corria em busca de recursos para levar a minha mãe, a camponesa que te falei antes ... Ela morreu quando eu tinha apenas 6 anos e portanto fiquei morando sozinho, mas você não está aqui para ouvir histórias tristes, não é? - Questionou Aníbal com a boca cheia de pão e se embebedando cada vez mais com o vinho.
Com 15 anos eu fui convocado para fazer parte do exército do Imperador, fui chamado para a aldeia de Cartago, a maior delas. Treinei durante 3 longos anos. Eu não era alto, não era robusto, nem da mesma religião que eles ... é ... pela canção que eu cantava quando você chegou acho que você talvez possa tenha percebido isso. Enfim. Eu apanhava muito, era usado como saco de pancadas para treinamento. - Afirmou Aníbal, dando uma rouca gargalhada já afeta pela grande quantidade de vinho.
Aos 18 virei Lanceiro, ficava no front de batalha apenas aguardando as cavalarias virem! AHHHHH, você quer ouvir um segredo? Acerte os cavalos que já é meio caminho andado. Riu novamente Aníbal com a voz cada vez mais rouca e modificada pela bebida.
Não querendo me gabar eu era bem inteligente, logo passei a ser Cavaleiro e me converti a religião dos meus companheiros idiotas. No fundo no fundo eu nunca me converti, continuava acreditando nas crenças de minha mãe. A propósito, ai vai outro segredo: Você nunca vai conseguir mudar uma pessoa. Pode até achar que conseguiu, mas é uma mentira.
Eu participei da dominação de 3 aldeias antes de chegar aos 25: Babilônia, Ribe e Ur. Cidade magníficas, e com mulheres que você jamais deve ter visto iguais. Falando nisso, você já se apaixonou? Esse negócio ai funciona? HAHAHAHAHAHA - Gargalhou Aníbal.
Me refiro ao coração, seu indecente! Eu nunca me apaixonei ... Afinal, pra que? Minha mãe se apaixonou e deu no que deu. Eu provei os prazeres que tinha que provar e talvez até tenha deixado um filho por ai ... Não que eu acha isso certo, mas no fim, o que é certo ou errado não sou que decido não? Você sabe isso melhor do que eu.
Bom, mas continuando.
Aos 30 eu fui promovido a cavalaria pesada, e participei da maior das dominações das aldeias púnicas, a da aldeia de Sidon. Meu companheiro, aquilo foi uma matança sem nome, ou melhor, com nome. Ficou conhecido como "a Guerra sem fim", quer saber por que?
... [Silêncio]
Por que ela nunca acabava seu imbecil! HAHAHAHAHAH- Gargalhou Aníbal
Mas é verdade, ela durou quase 3 dias de batalha ININTERRUPTA! "Nossa Aníbal, como isso é possível", você deve estar se perguntando. Eu te respondo: Não é! Eu não dormi por 72 horas, não comi praticamente nada e vi cerca de 20.000 tropas morrerem. Acha que está bom? Entre eles espero eu um cara chamado de Boja.. Não, não vou te dizer o nome dele! É um traidor ... Jájá descubro se ele morreu ou não, não é? Simplesmente destruiu a tribo que fazíamos parte. Uma tribo que vou ser sincero, não era promissora, mas dava certa segurança, e além disso, para mim você pode ser membro de uma associação de catadores de estrume de gado, a partir do momento que você se compromete, você tem que cumprir ... Não é?
... [Silêncio]
Aníbal se levanta, pega sua harpa e começa a tocar uma música suave, numa melodia parecida com a que cantava quanto o visitante chegou.
Você não se importa não é? Indagou Aníbal.
... [Silêncio]
Isso me relaxa, me relaxou durante os próximos 10 anos depois da guerra...
Meu companheiro, eu consegui tantas coisas, me tornei famoso, virei herói de guerra e tudo. Só não consegui apagar as marcas de matança e traição que vi. Você pode ganhar as coisas sabe? Tudo. Ganhei mulheres, ganhei dinheiro, ganhei toda a comida que conseguia comer. Fui promovido a paladino da aldeia de Cartago aos 40 anos. Me juntei a tribos ainda mais fortes. Mas no final, tudo termina ... Um novo mundo começa não é? Pelo menos é o que eu acredito, se não, por que aqui se chama "Mundo 99", acho que haverá um "100", e quem sabe eu volte?
[Aníbal para de tocar.]
Dos 40 aos 60 eu vivi a mesma vida. Chata, sem novidades, com "supostos amigos" que não sei se posso confiar. Vivi da desconfiança. Eu vou te dar outra dica: Aprenda a ler as pessoas melhor do que você lê um livro ou um pergaminho. Talvez assim você não termine como eu.
[Aníbal se deita olhando para o céu estrelado daquela noite de primavera]
Sabe a música que você estava me ouvindo tocar? O nome dela é "Hino à Deusa da Lua, Nikkal". Minha mãe cantava para mim todos os dias antes de dormir. Eu nunca esqueci dela. Ela fala sobre uma Deusa que tem poder sobre as noites e a maré. É muito bonita. As vezes eu penso se Nikkal na verdade não é minha mãe, quem sabe né? "Aníbal, o semi Deus" HAHAHA.
De qualquer forma, no dia do meu aniversário de 61 anos eu saí de Cartago. Vim viver aqui na floresta, cercado por árvores. Essas sim eu confio, elas não te traem! A não ser que caiam na sua cabeça não é? HAHAHAHAHHAHAHAHA - Gargalhou Aníbal.
Enfim. Estou aqui, hoje, no dia do meu aniversário de 70 anos conversando com você, e eu te digo: Eu amo esse mundo, e com certeza desejaria viver em mais alguns se eles existirem. Coisas ruins acontecem, mas nada supera a emoção de conseguir algumas conquistas, de ajudar a construir uma Muralha, de ver sua aldeia mudando, seus inimigos perecendo e seus aliados lhe ajudando. Eu vivi e vivi bem dentro do possível. Tudo uma hora acaba.
- Chegou a hora. - Afirmou o visitante, dizendo assim suas primeiras palavras.
Quem diria, então você fala ...
Em um único gesto da foice que trazia visitante, Aníbal some rumo ao vazio.